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Prótese de Silicone - O que devo saber?


A mamoplastia de aumento, popularmente conhecida como cirurgia de prótese de silicone, é o desejo de muitas mulheres nos dias de hoje, como qualquer procedimento cirúrgico são geradas muitas dúvidas, o objetivo deste artigo é ajudar a orientar as pacientes quanto à algumas delas, não se esqueça que o mais importante é a consulta com um cirurgião plástico membro da sociedade brasileira de cirurgia plástica, o profissional mais indicado para poder analisar cada caso e indicar o melhor procedimento.

Existe idade mínima para a realização da cirurgia?

No geral aguarda-se por volta de 3 anos da data da menarca, a primeira menstruação, após este período espera-se que a mama tenha chegado a seu desenvolvimento pleno, normalmente a cirurgia é realizada em pessoas que estejam no final da adolescência e já na vida adulta.

A cirurgia é feita em hospital ou clínica?

Esta é uma preferência do cirurgião, no geral a cirurgia é feita em um ambiente de centro cirúrgico, sendo este normalmente encontrado em hospitais, mas há clínicas com o suporte necessário para garantir a segurança do procedimento.

Vou colocar a prótese abaixou ou acima do músculo?

No geral esta também acaba sendo mais uma escolha pessoal do cirurgião.

A prótese acima do músculo é a localização preferencial na maioria das cirurgias, ela leva a um bom resultado e com pouca dor. Com o passar dos anos a prótese em conjunto com a mama sofrerá a ptose(queda).

A prótese abaixo do músculo é uma opção em pacientes muito magras e sem tecido mamário, sendo esta a indicação para alguns cirurgiões, com o intuito de evitar marcas visíveis na mama, o chamado rippling, normalmente quando a paciente inclina o corpo. No geral a cirurgia é mais dolorosa devido à distensão muscular e o movimento do músculo pode marcar a mama, além de com os anos haver uma tendência a lateralização da mama. Com o passar dos anos há tendência da mama sofrer ptose mas a prótese manter a sua posição, o que levaria à um sinal chamado como dupla bolha.

Cabe ao cirurgião com a sua experiência julgar o plano mais adequado para cada paciente

Dupla Bolha

Quais as diferenças entre os formatos da prótese e o que são as projeções das próteses?

Os formatos das próteses são basicamente 5: redonda, anatômica, cônica, próteses mais largas no sentido vertical e outras maiores no sentido vertical. A denominação acaba mudando de acordo com o fabricante, mas os formatos em si são basicamente estes.

Para entender as diferentes projeções das próteses é preciso entender um pouco como as próteses evoluíram durante os anos.

Até há alguns anos atrás o cirurgião plástico trabalhava mais pensando apenas na quantidade de ml que pretendia colocar. Havia uma dificuldade de personalizar a medida da prótese para cada paciente. Pois para que houvesse o aumento do voume do implante haveria um aumento da base da mama com um pequeno ganho de projeção. De forma que volumes como o de 300ml necessitavam de uma base na média de 12cm.

Ou seja, a paciente com com menor estatura(tórax estreito) ou de maior estatura(tórax largo) que desejavam colocar uma prótese de 300ml iriam invariavelmente colcoar a mesma prótese, com a base de 12cm.

Com isto o mesmo volume levava a resultados muito diferentes, pois em uma paciente com o tórax estreito há tendência de próteses volumosas a "escaparem" para a axila, dando um volume maior nessa região, o que poderia dar a impressão que estas pacientes haviam ganho um pouco de peso. Levando à uma certa desarmonia e sensação de exagero no resultado. Com isto houve a necessidade do desenvolvimento de novos implantes que permitiram que a escolha do implante hoje não seja baseado apenas no volume que se deseja colocar, mas também nas proporções do tórax da paciente. Permitindo um aumento mamário mais harmônico.

Hoje o cirurgião plástico leva em conta o tamanho da base da mama e do tórax da paciente para escolher não só o volume mamário mas também a projeção.

Abaixo podemos ver os exemplos dos formatos das próteses assim como as variações das projeções, no caso a prótese demonstrada é da marca SILIMED.

O que é contratura capsular?

O corpo humano reage à presença da prótese através de uma reação conhecida como "reação de corpo estranho", ou seja, a intenção do corpo seria retirar a prótese. Como parte desta reação é formada ao redor da prótese uma cápsula fibrosa, este processo acontece em todas as cirurgias.

Com o passar dos anos a tendência é que esta cápsula fique mais espessa e mais endurecida, o que permite que esta cápsula consiga dobrar, ou seja, deformar a mama. Essas dobras que o corpo produz é conhecida como contratura capsular. Existem várias formas de contratura capsular, o médico deverá avaliar cada caso e nos casos mais avançados programar a troca da prótese. O diagnóstico é feito através de história e exame físico e com o uso de exames complementares, como o ultrassom e ressonância magnética.

Qual a diferença entre os tipos de superfície da prótese?

Agora que já é entendido o que é contratura capsular fica mais fácil entender a diferença entre as superfícies das próteses. As primeiras próteses que surgiram apresentavam uma superfície lisa, estas próteses apresentavam uma chance de apresentarem contratura capsular mais cedo, ou seja, com poucos anos após a realização da cirurgia. Por isto foi idealizada mudança das superfícies da prótese, esta mudança tanto para uma superfície texturizada, quanto para uma superfície revestida por poliuretano levou à uma diminuição dos índices de contratura capsular, sendo que estas contraturas passaram a ocorrer de forma mais tardia, normalmente à partir de 10 anos de cirurgia, sendo este um dos motivos que levou à crença que com 10 anos de cirurgia é necessária a troca do implante.

No brasil hoje os implantes utilizados são basicamente com superfície texturizada ou poliuretano, sendo que o índice de segurança e de contratura das duas superfícies são equivalentes. A superfície de poliuretano apresenta um menor risco de rotação e deslocamento do implante.

Superfície Lisa

Pouco utilizados hoje em dia, apresentam maior índice de contratura

capsular

Superfície texturizada

Os implantes com superfície texturizada foram introduzidos no mercado em 1984, também com a característica de evitar a rotação do implante e ajudar a evitar complicações, como a formação da contratura capsular

Superfície poliuretano

Os implantes mamários revestidos com espuma de poliuretano vêm sendo utilizados com sucesso desde 1968, muito antes dos implantes com superfície texturizada. Sua tecnologia, até hoje considerada a mais avançada, não é recente. Vem sendo testada e aprovada ao longo de 45 anos com segurança, beneficiando médicos e pacientes em diversas partes do mundo.

Quais são os tipos de incisão mamária para colocação da prótese?

No brasil pelas características das próteses que já vêem preenchidas pelo gel de silicone coeso são 03 as principais incisões por onde são colocadas as próteses de silicone mamárias. Pelo sulco infra-mamário, pela areóla e pela axila.

Incisão inframamária

Nesta técnica a incisão é realizada abaixo da mama, em uma prega natural, o sulco inframamário. Foi o primeiro tipo de incisão a ser realizada e é a mais versátil. Esta incisão permite melhor visibilidade e acesso geral a loja onde ficará a prótese. É o tipo de incisão mais realizado no brasil.

Incisão Periareolar

Nesta técnica a incisão para a colocação da prótese é feita na borda inferior da aréola, ocupando 180 graus. Quando há necessidade de ser alterada a posição da areóla ou alterar o seu tamanho a cicatriz deve ser feita em toda a extensão da aréola, em 36º. . As desvantagens desta técnica são: maior taxa de infecção e contratura capsular, e ainda, a aréola da paciente precisa ter no mínimo 3 cm de diâmetro. Algumas mulheres reclamam da cicatriz um pouco mais larga visível ao redor da aréola e há maior taxa de perda de sensibilidade em algum ponto da mama.

Incisão Axilar

A incisão é feita pela axila e deixaria uma cicatriz menos aparente. Porém apresenta algumas desvantagens como possível alteração do linfonodo sentinela(primeiro linfonodo comprometido em caso de câncer de mama), difícil reabordagem em caso de complicação ou necessidade de troca. É o tipo de incisão menos realizado no brasil, com índice menor que 5% dos casos.

Incisão pelo umbigo

Esse tipo de incisão não é realizado no Brasil, pois não apresenta vantagens importantes para a paciente.

O implante de silicone pelo umbigo é feito com a ajuda de um endoscópio e a prótese é inserida vazia, através de um corte feito na região do umbigo. Ao ser transportada para a mama, a prótese é preenchida com uma solução chamada salina, que é um soro. Muitas vezes esse líquido não fica com a mesma consistência, se for comparado a uma prótese preenchida com o gel de silicone

Qual a diferença entre a cirurgia de colocação de prótese e mamoplastia com prótese?

A cirurgia para colocação de prótese sem mamoplastia é indicada para pacientes que apresentem mamas com pequeno volume e sem ptose(queda da mama), ou seja, não há excesso de pele. Neste caso a pele da paciente acomoda bem o implante e a mama fica com um aspecto mais firme e levantado. Como não há sobra de pele a incisão pode ser pelas 3 vias preferenciais utilizadas no brasil, incisão inframamária, incisão periareolar e incisão axilar.

Já na cirurgia de mamoplastia de prótese a paciente que possui desejo de aumentar o volume das mamas apresenta já um certo grau de ptose mamária, o que leva há excesso de pele. Neste caso para que a mama não fique com aspecto caído no pós operatório é necessário que realize-se a mamoplastia. Esta cirurgia irá retirar o excesso de pele e a queda da mama, remodelando não só o tecido mamário como também a posição da aréola. Em conjunto com este procedimento é colocada a prótese para aumento da mama. Devido à necessidade de retirada de pele a cicatriz resultante precisa ser maior, ela vai ser ao redor da aréola e pode ser em "T invertido" , "L" ou apenas vertical abaixo da areóla(técnica de ariê-pitanguy), dependendo do caso.

Minha prótese é permanente ou devo trocar a cada 10 anos?

No momento não existe prótese que seja permanente, sendo que todas deverão ser trocadas em algum momento da vida.

Estima-se hoje que a vida útil dos implantes mamários de última geração(gel de silicone coesivo) seria de 10 a 15 anos, sendo que após o período de 10 anos há um aumento na ocorrência de contratura capsular(dobras que o corpo provoca no implante), pequenas rupturas na sua estrutura e dependendo da intensidade destas alterações haverá necessidade da troca da prótese de mama.

Esta é a origem de uma idéia bem conhecida, "devo trocar minha prótese com 10 anos". As Sociedades Brasileira e Americana de cirurgia plástica não estipulam uma data ideal para a troca do implante, deixando a troca a critério do cirurgião. Assim como as principais empresas do mercado,SILIMED, MENTOR, EUROSILICONE, NATRELLE, estas apenas dizem nos seus termos de garantia que os seus implantes não são permanentes, com algumas indicando a troca a partir dos 10 anos, porém, mesmo nesses casos as empresas afirmam que não há indicação científica que a troca tem de ser com 10 anos, sendo apenas umas sugestão.

Hoje o que se utiliza como referência para a indicação ou não da troca é um conjunto de vários fatores. Se após 10 anos, durante as consultas de acompanhamento com cirurgião plástico e realização de exames radiológicos( Ultrassom / Ressonância magnética), não for identificada contratura capsular intensa, não houver problemas com a estrutura da prótese, como ruptura da sua cápsula, não há uma necessidade imediata da retirada da prótese após 10 anos. Nestes casos, quando é realizada a troca dos implantes, normalmente a troca é feita por motivos estéticos, como para a correção da queda natural que as mamas apresentam com o passar dos anos e após gestações ou devido à vontade de realizar a troca do volume das próteses. Já as pacientes que continuam satisfeitas com o resultado da sua cirurgia podem manter o acompanhamento periódico com seu cirurgião e programar para depois a troca dos implantes.

Como é o pós operatório?

Embora as orientações possam ser diferentes de médico a médico no geral orienta-se que a paciente fique 14 dias sem forçar ou levantar os braços, com 03 semanas é liberado para que ela possa voltar a dirigir e com 01 mês pode-se voltar a atividades físicas leves que movimentem mais a parte inferior do corpo. Atividade física resistida como academia deve-se aguardar 03 meses de pós operatório.

Também é indicado o uso de malhas elásticas, o popular sutiã cirúrgico, por um período de 02 a 03 meses.

A indicação de drenagem linfática não é obrigatório, sendo que cada médico de acordo com a sua experiência irá ou não liberar para a realização das drenagens.

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